Lia o conto, sorria, ria! Um riso
ao mesmo tempo alegre e angustiante. Repentinamente, as bolinhas saltam do
texto. Agora cercam a leitora. Com olhos estufados, parecem perguntar
desesperadamente: por qual motivo ris? A leitora, num inexplicável movimento,
tocou levemente as bolinhas.
Cássia Alves
PEQUENA ANÁLISE: Antes de tudo, um mergulho profundo na leitura, entrega total ao ponto de não se poder mais discernir o que é realidade ou o que é fantástico. É possível vermos, inclusive, o diálogo entre o texto e o leitor: "Com olhos estufados [as bolinhas], parecem perguntar desesperadamente: por qual motivo ris?" Finalmente, o momento de fusão, de reciprocidade, o momento em que o leitor aproxima-se, definitivamente do texto: "A leitora [...], tocou levemente as bolinhas".
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